Trend Alert: Cottagecore

Por: Barbara Brugnolli

O nome é um tanto estranho, mas com certeza você já deve estar familiarizada com a tendência, mesmo que não tenha ligado ao nome.

Na primeira metade de 2020 no verão do hemisfério norte, observamos em plataformas digitais como Instagram e Tiktok as influencers e fashionistas com suas produções românticas em parques e áreas campestres, com direito a piqueniques.

Essa tendência consiste na romantização e desejo de uma vida no campo, um cotidiano simples, com muita natureza. Os elementos característicos do cottagecore nos trazem uma certa nostalgia de um tempo em que tudo não era tão complicado como o ano que estamos vivendo. Há também um sentimento de escapismo da vida urbana e ainda influência do movimento hippie em relação ao desapego de bens materiais.

Além das inspirações hippies, a moda cottagecore segue a linha do romantismo e rococó, com paletas de cores suaves, tons pastel, brancos e estampas simples como florais minimalistas e xadrez vichy. A silhueta é fluída, com mangas bufantes e cintura marcada. Ainda temos o mix com botas westerns, chapéus de palha e lenços para arrematar o visual.

Agora que você já conhece mais um pouco dessa tendência, trouxemos algumas inspirações de looks com peças disponíveis em nosso brechó para você mergulhar no universo cottagecore de forma consciente!

Imagens: Pinterest/Instagram: @caseyhodnett/Trend2Box

Invista em estampas florais minimalistas, mangas bufantes e modelagens clássicas como evasê ou ampla.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

Para criar um look cottagecore bem romântico, invista em saias fluídas e com modelagem envelope. Vale apostar no floral minimalista e no xadrez vichy.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

Um short jeans com aquela modelagem vintage de cintura alta e lavagem clarinha combinado com um cropped ou camisa básica é o combo perfeito se você quer agregar um pouco do estilo cottagecore ao casual do dia a dia.

Tendências Internacionais Verão 2021

Por: Barbara Brugnolli

Durante as principais semanas de moda internacionais (Milão, Paris, Londres e NY) designers e marcas tiveram que se reinventar para apresentar suas coleções. Isso devido ao grande impacto causado pela pandemia do COVID-19, e suas restrições sociais.

Antes, os desfiles eram compostos por grandes públicos e na primeira fila os mais influentes do meio da moda e comunicação se faziam presentes. Hoje, as marcas se viram obrigadas a substituir esse formato por eventos digitais, vídeos-conceito/desfile e até marionetes no lugar de modelos, como mostrado pela Moschino em sua coleção Primavera/Verão 2021:

Reprodução: Youtube

O desafio de criar engajamento com os consumidores e se sobressair com esses novos formatos de apresentação com certeza foi o marco do calendário da moda desse ano. Muitas coleções apresentaram propostas que atendem à necessidade do presente, com muitas influências do isolamento social, trazendo conforto e até mesmo propostas glamourosas cheias de esperanças para quando as incertezas da quarentena passar.

Listamos algumas das principais tendências da estação para você conhecer e se inspirar com peças do nosso brechó para já garantir seu look tendência de forma sustentável, é só clicar na imagem para conferir nosso site!

Loungewear:

Desde o início da quarentena, os pijamas foram postos para jogo, deixando as produções de home office fashionistas e confortáveis. Designers como Balenciaga e Stella McCartney apostaram forte nessa tendência com peças confortáveis que queremos usar até fora de casa.

Imagens: Stella Mccartney por Samantha Casolari/Balenciaga-FFW/Trend2Box

Oversized:

Nessa temporada, a silhueta impactante se apresenta com camadas de roupas diversas e grande amplitude como visto nas gigantes Louis Vuitton e Chanel. Outro reflexo do nosso cotidiano na quarentena, que visa o conforto e mobilidade acima de tudo.

Imagens: Chanel/Louis Vuitton -FFW/Trend2Box

Metalizado:

O ano já está quase acabando, e apesar de toda a tristeza trazida pela pandemia e não podermos comemorar as festas de fim de ano como de costume, Paco Rabanne e Balmain, entre outros, trazem a proposta de bem-estar e esperança de tempos mais felizes, afim de fazerem os olhos dos consumidores brilharem com tecidos metálicos hipnotizantes.

Imagens: Balenciaga/Burberry-FFW/Trend2Box

Handmade:

Tricos e crochês marcaram os desfiles da Valentino, Fendi e Kenzo. Graças a tendência queridinha do “cottagecore” e a quarentena, já que durante o isolamento social, resgatamos hobbies de trabalhos manuais, muitos deles herdados de nossas avós para passarmos o tempo e com isso o “feito a mão” se tornou mais valorizado.

Imagens: Fendi/Kenzo-FFW/Trend2Box

All White:

Cada cor transmite uma mensagem e estado de espírito. Então não é de se espantar que nessa temporada muitos designers investiram fortemente em brancos e tons de off-white. Nas passarelas da Burberry, Prada e Balmain podemos ver os looks monocromáticos em branco contrastando com uma infinidade de cores vibrantes e estampas,  trazendo paz, calma e esperança em tempos tão conturbados.

Imagens: Balmain/Burberry-FFW/Trend2Box

4 dicas para tornar suas compras mais sustentáveis

Por: Barbara Brugnolli

Quando pensamos em adotar práticas mais sustentáveis, acabamos achando que é difícil, que os custos serão maiores e nossa rotina dificilmente se adaptaria. Mas estamos aqui para te provar o contrário!

Nós podemos mudar o mundo através das nossas ações, mesmo que sejam pequenas! Principalmente na moda, que sabemos que é a segunda indústria com maior impacto ambiental no planeta!

Segundo a Good on You, principal fonte mundial de classificações éticas de marcas: “Os tecidos mais sustentáveis são os que já existem. ”

Então que tal deixar pra lá aquele conceito super conservador de que roupas de brechós tem energias ruins e são todas velhas e antiquadas? Hoje com o crescimento da moda second-hand cada vez mais encontramos garimpos estilosos e em perfeito estado de conservação.

Seguindo esse contexto, separamos 4 dicas simples e infalíveis para te ajudar a tornar suas compras mais sustentáveis, confira:

Tendências da estação (para usar o ano todo!)

Por: Barbara Brugnolli

Se definirmos as tendências dessa estação, com certeza o resultado será: praticidade e conforto. E a peça que mais representa esse conceito com certeza é o breezy dress, o queridinho do momento. Característico por sua modelagem ampla, com camadas e volume e pode incluir na lista as clássicas sandálias de tiras também, agora que ganharam um ar mais fashionista.

Mas as peças que estão em alta nessa temporada mais quente vão muito mais além, então vem conferir algumas que nosso TrendTeam separou para você conhecer e ainda looks com peças do nosso brechó para você se inspirar!

Tons Terrosos

Os tons terrosos dominaram os looks de inverno e ao que tudo indica vão continuar nas produções da estação. Tão versáteis quanto o preto, branco e cinza, os tons de caramelo, bege e alaranjados deixam seu look moderno na medida certa. E o melhor ainda: esses tons possuem fundos tanto frios quanto quentes, o que permite escolher qual valoriza mais sua cartela de cores pessoal.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

Saia Midi

Clássica e atemporal, as sais midis são geralmente associadas a looks mais sofisticados e elegantes, mas isso não quer dizer que você não possa aproveitar essa peça no dia a dia, combinando com um tênis e t-shirt, fazendo o melhor do hi-lo e até com mules e rasteirinhas para um visual mais romântico.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

Blusas de lastex

Quem lembra desse ícone dos anos 90? A blusa de lastex, ou shirred top, toda franzida foi um marco na moda feminina da época. Hoje elas voltam repaginadas, com um toque romântico e até elegante e o acabamento já é visto em vestidos com mangas bufantes também. Invista em produções mais despojadas com biker shorts e coturno, ou se preferir um look mais feminino, aposte nas saias evasês combinadas com sandálias.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

Jeans Flare

Os anos 70 vem ganhando cada vez mais destaques nos street style das semanas de moda e a calça jeans flare é uma das tendências mais coringas. A modelagem ajustada até a altura dos joelhos e barra mais larga, é democrática, permitindo compor desde os office looks com camisas e saltos e até com o combo básico que amamos: t-shirt + tênis.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

4 Dicas para um Halloween mais sustentável

Por: Barbara Brugnolli

Outubro já chegou, e isso significa que o Halloween se aproxima! Nós amamos datas comemorativas em que podemos nos expressar através das roupas, maquiagens e acessórios e, o Halloween é perfeito para colocar em prática a criatividade na hora de se fantasiar. Pode ser assustadora, divertida, clássica ou algum dos seus personagens preferidos de filmes, séries e animações. Se tiver um toque fashion, melhor ainda.

Mas você já parou pra pensar na quantidade de lixo que é gerado somente com decorações e acessórios descartáveis? Em 2019, somente no Reino Unido foram geradas aproximadamente 2.000 toneladas de lixo plástico somente com itens relacionados a data comemorativa.

Uma investigação da Hubbub; Instituição de caridade ambiental, levantou dados sobre as roupas sazonais disponíveis em 19 supermercados e varejistas e o resultado foi de que 83% do material usado era plástico poluente à base de petróleo que acabaria em aterros.

Mas não se preocupe, isso não quer dizer que você não possa comemorar! Nosso TrendTeam separou 4 dicas super simples que vão ajudar você e sua família a curtirem o melhor do halloween, de forma mais sustentável, confira:

Guia de presentes para o Dia das Mães

Por: Barbara Brugnolli

O Dia das Mães está chegando e você ainda não faz ideia do que comprar de presente? Que tal optar por presentear de forma sustentável com peças second-hand? Vem que a gente te ajuda – montamos um guia completo de peças que sua mãe vai amar!

E se você curtiu nossas sugestões de peças, é só clicar na “loja online” na página inicial para conferir tudo no site!

Imagens: Pinterest.

Para aquela mãe mais básica que gosta de roupas versáteis para usar em diversas ocasiões, a dica é apostar em tons neutros e cores lisas. Fuja do óbvio branco, preto e cinza e escolha tons como o bege, laranja queimado ou verde militar – além de também serem fáceis de combinar, com o clássico jeans, por exemplo, são tons que estão super em alta nessa estação.

Imagens: Trend2Box.
Imagens: Pinterest.

Sua mãe ama estampas, cores e tendências da estação? Uma peça chave para arrematar os looks do dia a dia pode ser o presente ideal. Vale ser um suéter colorido, uma calça estampada ou uma blusa com aquele mix de estampas bem contemporâneo.

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Imagens: Pinterest.

Uma bolsa estruturada, um scarpin versátil ou peças de alfaiataria são itens essenciais no guarda-roupa da mulher clássica para criar aquele look de trabalho bem Girl Boss mas que pode ser facilmente um hi-lo com peças mais casuais. Que tal surpreender a sua mãe com um presente atemporal e com aquele toque sofisticado?

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Imagens: Pinterest.

Devido a pandemia, a nossa rotina de exercícios físicos precisou ser adaptada, principalmente para conciliar com home office e tarefas domésticas. Se sua mãe ama academia e se exercitar, que tal praticar um dia juntas em casa? E nada melhor do que um look novo para treinar com estilo e dar aquela incentivada 😉

Imagens: Trend2Box.

A tendência do ano: Tie Dye

Por: Barbara Brugnolli

Sem dúvida uma das tendências que mais marcou a estética de 2020, é o tie dye. A técnica de tingimento que dominou as redes sociais e o guarda-roupa das celebridades e influencers do mundo todo veio pra ficar com tudo!

Com a pandemia causada pelo COVID-19 e a necessidade de permanecermos em quarentena, tivemos que nos reinventar em nossos hobbies em casa, e a técnica de tingimento característica dos anos 70 e do movimento hippie foi uma delas.

Super fácil de fazer, necessita apenas de alguns materiais e seu custo de produção é baixo, possibilitando até a criação de peças para revenda. E parece que essa tendência não vai sair de cena tão cedo, afinal ela pode ser incorporada em produções de todas as estações e para diversas ocasiões.

Separamos algumas dicas de looks tie dye que vai fazer você querer usar agora mesmo, e o melhor ainda: com peças second-hand que estão disponíves em nosso site:

Imagens: Pinterest/Trend2Box

O tie dye é capaz de transfomar qualquer look em uma produção super fashionista e descolada, independente da estação! A técnica de tingimento em tons mais escuros e sóbrios é perfeita para produções invernais e ainda tem uma pegada mais rocker. Para os dias mais amenos, uma regata mais soltinha e uma calça jogger com tênis deixa o visual despojado na medida certa.

Imagens: Trend2Box

Para um look comfy, super prático e estiloso, aposte no moletom tie dye combinando com calça mom ou short e tênis. O resultado é uma produção ótima para ficar em casa, mas super cool. Seguindo os tons pastel na estampa, o look fica ainda mais tendência.

Imagens: Pinterest/Trend2Box

O tie dye traz aquela vibe de praia e verão, por isso com certeza essa tendência irá se manter até os dias mais quentes do ano. Uma peça tie dye pode substituir facilmente a saída de banho, combinando com uma rasteirinha você já tem o look pronto. Invista em peças com caimentos mais fluídos e tecidos leves.

O potencial dos brechós

Por: Julia Codogno

O mercado de pós consumo de moda pode ser uma forte potência para gerar novos negócios, impacto positivo e possibilitar a renda em momentos de crise. Nos últimos anos temos acompanhado uma crescente no surgimento de novas possibilidades para a comercialização de usados e o setor da moda ganha destaque entre os mais procurados.

Segundo alguns dados levantados pelo SEBRAE,  entre 2010 e 2015, o número de brechós no Brasil aumentou aproximadamente 210%. Esse boom​ aconteceu juntamente com o crescimento do mercado de produtos de segunda mão, que entre 2013 e 2015, aumentou mais de 20%.

Os motivos podem ser os mais diversos, e fazem o mercado de pós consumo deslanchar e ganhar destaque em todo o Brasil.

Seja por uma grande onda de informações, relatando as problemáticas causadas pelo nosso consumo acelerado, seja pela busca de melhores oportunidades e valores, ou até mesmo pela procura por peças diferenciadas e que estejam na contramão do grande varejo (onde milhares de peças iguais são produzidas todos os dias) a verdade é que os Brechós estão se tornando referência quando buscamos uma nova peça de roupa.

Nunca antes questionamos tanto nossos hábitos de consumo. Pela primeira vez, estamos desafiando nossos métodos de produção e tendo acesso à números, relatórios e consequências dramáticas causadas por nossa forma de consumir.

Só para se ter uma ideia, chegamos à 2019 com os seguintes dados:

Produzimos cerca de 140 bilhões de novas peças por ano! São algo em torno de 4,4 mil peças por segundo! Também existem pesquisas que falam que utilizamos nossas roupas por cerca de 6 meses e depois as descartamos!

Segundo um relatório realizado pela empresa Global Data, em 2018 o mercado de pós consumo movimentou um valor estimado de US$24 bilhões no mundo todo. E as expectativas continuam otimistas! Espera-se que esse valor dobre, até 2023, chegando à US$51 bilhões.

Dentre os que mais compram produtos usados, estão os Millenials e a Geração Z – pessoas que tem entre 18 e 37 anos. O aumento de consumo de produtos de segunda mão para as duas gerações foi de: 37% e 46%, respectivamente e um levantamento realizado pela ThreadUp mostra que, em 2019, 1 em cada 3 jovens da Geração Z comprou algo do mercado de pós consumo.

Se você ainda acha que consumir em Brechós é coisa de gente sem poder aquisitivo ou somente comprar roupa de quem já morreu, está na hora de deixar o preconceito de lado e investir nesse novo modelo de negócio.

Já vemos também que brechós despontam entre os negócios que poderão de manter em tempos de pandemia. A oportunidade de gerar renda num momento difícil como esse.

Fonte: Global Data | Bain & Company | The Guardian | Fundação Ellen MacArthur | Sebrae Foto: Pexels

Quem faz nossas roupas?

Por: Julia Codogno

Já parou pra pensar em quem faz as roupas que você usa? Ou de onde elas vêm? Você sabe de onde tantas e tantas peças saem todos os anos? Quem são as mãos por trás de cada roupa que você usa? Pra gente entender melhor sobre isso, vamos voltar um pouco na linha do tempo e pensar nas transformações que essa indústria passou.

Se lá no começo a vestimenta era somente pra quem tinha alto poder aquisitivo e poderia pagar por peças sob medida – com grandes volumes de tecidos, com o passar do tempo tudo isso foi mudando e os acessos foram ficando maiores. Em 1900 começaram a surgir as primeiras fábricas de roupas, possibilitando que mais pessoas pudessem comprar suas peças em lojas e não somente através de encomendas – movimento que ficou conhecido como Pret à Porter (pronto para levar). Ainda no século 20, em 1929, durante a Primeira Guerra, veio a Grande Depressão e a escassez. Vários insumos para produzir as peças já não eram encontrados tão facilmente e as fábricas já não operavam da mesma forma. Os anos 30 foram marcados por uma grande recessão, onde era preferível consertar peças desgastadas à comprar novas (tanto por falta de produtos quanto por falta de dinheiro).

Nos anos 40, durante a Segunda Guerra, o cenário de escassez se repetia. Matérias -primas já não eram produzidas e/ou encontradas, as importâncias se transformaram e a maneira de consumo também mudou. A mulher passou a fazer parte do mercado de trabalho, tendo que optar por outras vestimentas que passaram a compor o guarda roupa feminino e o número de peças de cada pessoa era mais restrito. Já no período pós guerra, tudo se transformou novamente! A década de 50 surge como um berço do consumo. Depois de um período de restrições, a grande indústria reina e passa a inserir no mercado diversos e diferentes produtos e estimular a compra para aquecer o mercado e fazer a economia voltar a girar. Na década de 60 celebridades se destacaram entre as publicidades, novos materiais como o PVC e poliéster entraram no mercado, várias fábricas começaram a surgir e a moda passou a ser acessível a grande massa. E é aí que a maneira como entendemos o mercado de moda começa a surgir.

Nos anos 80, as grandes empresas perceberam que levando suas produções para países asiáticos, poderiam “baratear” suas operações e disponibilizar no mercado produtos ainda mais baratos. Ou seja, poderiam vender mais e mais barato, ganhando através do volume de vendas. Foi nesse mesmo período que o ciclo sazonal que conhecemos tão bem, com lançamentos de uma nova coleção à cada estação, ficou ainda mais intenso.

Chegando aos anos 90, o boom da moda acontece. Com a globalização de marcas e produtos e com maiores acessos, pessoas do mundo todo passaram a querer consumir mais e mais rápido e as marcas não perderam tempo nem oportunidade de expandir seus negócios. Para atender essa demanda desenfreada e o alto desejo por novos produtos, as grandes empresas tiveram que rever rapidamente suas formas de produção. Se antes uma peça levava em média cerca de 4 meses para ser produzida (levando em conta cada etapa do processo), para suprir essa nova necessidade pelo novo, as empresas aceleraram os meios produtivos e já era possível que uma peça levasse apenas cerca de 3 semanas para chegar até as lojas.

Chegamos a era do FAST FASHION. Onde as peças precisam ser feitas de maneira rápida, a custos cada vez menores e sejam perecíveis, “durando” o menor tempo possível! – Já que as marcas precisam vender em volume de peças, lembram?! Claro que para isso, muitos outros processos precisaram ser revistos e é aqui que chegamos ao ponto mais importante desse post. Para produzir de forma rápida, barata e em grande quantidade, os meios são facilmente submetidos à condições alarmantes. Estima-se que hoje, pelo menos 80% das peças produzidas no mundo, venham de algum lugar da Ásia, como Índia, China, Filipinas e Indonésia. Esses lugares não são escolhidos por acaso, como falei ali em cima, esses locais oferecem condições bastante interessantes para as marcas que os escolhem. Boa parte desses lugares são países ainda em condições de desenvolvimento, com situações bastante precárias. Isso possibilita a entrada de diversas empresas – que alegam estar contribuindo para o acesso à empregos e melhores condições à esses trabalhadores – para produzirem seus produtos em lugares com pouca ou nenhuma legislação trabalhista vigente. Essa precariedade faz com que pessoas realizem longas jornadas de trabalho (de até 16 horas por dia), normalmente em prédios clandestinos (sem qualquer condição de segurança), expostos à materiais nocivos à saúde, sem qualquer condição digna de sobrevivência e com salários irrisórios (chegando à receber menos de US$100 por mês).

Segundo um relatório da ONG Remak, cerca de 75 milhões de pessoas trabalham atualmente no mercado da moda no mundo todo. Sendo 80% mulheres entre 18 e 24 anos. Outro relatório mostrou ainda que a existência de trabalho infantil e análogo à escravidão continuam presentes em países como: Argentina, Bangladesh, Brasil, China, Índia, Indonésia, Filipinas, Turquia e Vietnã. Sim, essas são as pessoas que costuram e produzem as peças que vestimos. Pessoas que não possuem a escolha de não trabalhar diante dessas condições – uma vez que vivem em lugares sem qualquer perspectiva de melhora – e se veem “obrigadas” a continuar nesse sistema sujo e revoltante que se criou. Essa situação é tão grave que, em 2013, mais de 1000 pessoas morreram e mais de 2000 ficaram feridas num acidente em Bangladesh. Esse acidente foi apenas um, de tantos outros que acontecem ano após ano. E isso não está distante de nós, não é uma coisa independente. Quando compramos algo – a fatalmente compramos – estamos ligados à esse processo.

Quando escolhemos consumir de alguma marca, estamos ajudando a financiar esse assassinato coletivo que existe por trás da produção de cada peça. Isso precisa mudar, a indústria precisa se transformar! Nossa maneira de consumir já não pode mais continuar da mesma forma. Vamos repensar nossas escolhas! Podemos estimular o mercado de brechós, como uma grande e forte alternativa para comprar o que já existe. Se já temos tantas peças de roupa – em condições perfeitas de uso, porque não apoiar essa causa?!


Via: @juliacodogno // mabellevitrine.com

Consumo consciente, sustentabilidade, lixo zero…Afinal, por onde devemos começar?

Por: Julia Codogno

Se você está aí do outro lado, meio perdido…Sem saber ao certo como tudo isso acontece ou como você viveu tanto tempo sem nem pensar em qualquer uma dessas questões… Tá tudo bem! Vamos com calma, com um passo de cada vez. Sabemos que é estranho, que de repente parece que tudo surge de uma vez e que a gente nem sabe em que mundo estava até perceber que tudo isso existe e tem um impacto tão grande em nossas vidas. Mas a gente precisa entender algumas coisas antes de se pegar no desespero…rsrs. Primeiro que nossa forma de viver, de produzir, de consumir e de nos relacionarmos com o mundo foi construída de outras maneiras. Vivemos num mundo capitalista, com processos de produção altamente danosos ao meio ambiente e social, pautados no extrativismo, com praticamente nenhuma responsabilidade nos processos, nos descartes ou no simples depois.

Vivemos de maneira acelerada, constante e sem a responsabilidade do amanhã. Pautamos nossas escolhas no TER além do SER e vamos vivendo. Mas, se você está lendo esse post e já passou em consumir ou ver o mercado de pós consumo – como o universo mágico dos brechós, você também já está começando a questionar tudo isso e tentando entender como fazer para desconstruir um processo que parece tão intrínseco e difícil de se desvencilhar. Mas dá…aos poucos dá. Uma coisa é fato! Não existe milagre, não existe um portal de transformação ou a crença de que tudo vai acontecer de uma hora pra outra. É uma jornada de autoconhecimento, de descobertas, de mudanças, de reflexões e entendimentos. E é importante entender que para cada pessoa funciona de uma forma, faz sentido de maneiras diferentes.

Pra te ajudar, selecionamos alguns passos que costumam funcionar:

● Pesquisar o significado de cada uma dessas palavras ou termos. É bem verdade que esse parece ter virado o assunto da vez. Então entender a fundo o que cada coisa quer dizer, é muito importante. Busque informações complementares ao invés de seguir somente uma fonte sabe?!

● Comece a refletir sobre sua relação de consumo. As coisas que você compra fazem sentido? Você tem ideia de como, de quê ou de onde elas vieram? Se nesse processo todo, as formas de produção ou as matérias primas envolvidas podem afetar a saúde humana e do planeta?

● Escolha novas formas de consumir. Hoje temos muito mais acesso à novos formatos e possibilidades. Consumir em brechós pode ser um grande ato revolucionário. Assim, você tem a oportunidade de garantir maior tempo de vida à diversas peças que seguem em perfeitas condições de uso.

● Você sabe pra onde vai o seu lixo? Pode ser do bairro mesmo. Pensando em como tudo isso que você joga “fora” vai parar em algum lugar.

● Qual tem sido a sua contribuição no mundo? Será que você não pode fazer mais e melhor?

Acreditamos que a melhor maneira de começar é entendendo que tudo, absolutamente TUDO está interligado. Desde a camiseta de algodão, passando por diversas mãos pra ser produzida, os produtos do dia a dia, o meio de locomoção que você escolhe usar, a forma com que faz uso das coisas, a maneira com que descarta seu lixo…tudo isso tem um impacto. Busque informação. Leia, assista documentários, visite marcas que fazem trabalhos com propósito, procure entender mais sobre política, escolha melhor quem te representa, estude, não tenha preguiça, seja responsável por você e suas ações e entenda que você não vive sozinho. O que mais você faz? Deixe aqui nos comentários e siga @trend2box para acompanhar nossos compartlhamentos.

Fotos: Divulgação // @juliacodogno // mabellevitrine.com