História do movimento Fashion Revolution

História do movimento Fashion Revolution

Se está barato demais, será que não existe alguém pagando caro por trás?

Você que acompanha, que contribui ou que quer começar a se inteirar mais a respeito do mundo da sustentabilidade já deve ter ouvido falar no “Movimento Fashion Revolution” e, se ainda não ouviu, hoje vamos te contar essa história que nos faz refletir e questionar.

Em Bangladesh, há mais ou menos 9 anos, o edifício Rana Plaza desmoronou vitimando mais de 1.100 pessoas e ferindo cerca de 2.500. A maior parte das vítimas eram mulheres jovens que trabalhavam costurando roupas para grandes marcas de moda do mundo.

Esse desabamento deixou claro que a ganância, a produtividade em larga escala e os ganhos financeiros estão acima da segurança e das condições apropriadas de trabalho de milhares de pessoas.

Por esta razão, surgiu o Movimento Fashion Revolution, que traz consigo a luta e a memória de cada vida perdida a fim de ressignificar e fazer um apelo para que a moda tenha respeito por quem hoje trabalha e tira o sustento dela.

Apesar do acontecido, mesmo após tantos anos, os direitos humanos e as condições dignas daqueles que fabricam a roupa que vestimos ainda são muito precários e incertos.

A lembrança desse dia, assim como a conscientização e as mobilizações precisam continuar latentes para que a saúde, a segurança e o tratamento justo e livre de qualquer violência sejam garantidos a estes profissionais.  

“Quem tem apenas ambições individuais, jamais entenderá a luta coletiva!”

Uma montanha de roupa abandonada

campanha de Stella McCartney.

No deserto do Atacama, milhares de peças de roupa e calçados são descartados diariamente formando uma imensa montanha de lixo advindo dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Perto de 40 mil toneladas, importadas e não vendidas, acabam desprezadas no porto de Iquique, a 1800 km de Santiago.

Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), a indústria da moda é responsável por 8% dos gases do efeito estufa e por 20% do desperdício de água no mundo. A maior parte da roupa produzida é feita de poliéster, um tipo de resina plástica derivada do petróleo, que demora cerca de 200 anos para se desintegrar.

Com o passar do tempo estas peças se desgastam e liberam microplásticos que acabam na atmosfera, sem contar o grande número de incêndios clandestinos tidos como “solução” produzindo uma preocupante poluição do ar.

Comerciantes e donos de empresas selecionam entre roupas premium, de primeira e segunda categorias e lixos. Muitas delas são reutilizadas no comércio da moda, outras são aproveitadas como matéria-prima para a fabricação de painéis de isolamento térmico e certa quantidade vai para uma fábrica de fios onde são produzidas fibras 100% recicladas.

Acreditamos estar próximos do momento em que haja uma mudança de mentalidade nas pessoas em relação às suas decisões de consumo. Queremos um mundo melhor, e quando se fala em compras, a forma mais consciente e sustentável é adquirir produtos second hand.

Precisamos fazer com que a roupa circule, para assim durar mais tempo sendo usada e automaticamente evitar que ela seja jogada no lixo poluindo o meio ambiente.

4 Marcas criadas por mulheres negras para conhecer (e se apaixonar!)

Por: Barbara C. Brugnolli

Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2018, realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o SEBRAE; De todos os empreendedores brasileiros, 40% são pretos ou pardos, enquanto 35% são brancos, e apenas o restante inclui amarelos e indígenas. No entanto, deste número, 45,5% dos negros abrem o próprio negócio por necessidade, enquanto, em relação aos brancos, esse recorte é de 28,5%.

Adriana Barbosa, CEO da PretaHub e presidente do Feira Preta, contou em entrevista à revista Capricho da Editora Abril, no ano passado qual é o maior desafio dos empreendedores negros:

 “O Brasil negro é empreendedor em sua essência, esse é o maior legado dos povos africanos para o país. O grande desafio é transcendermos da necessidade para oportunidade. Somos a maioria como micro empreendedores e precisamos ser maioria como empresários em médias e grandes empresas. O teto de vidro do micro precisa quebrar. Está na hora de essa gente preta mostrar o seu valor.”

Quando falamos em sustentabilidade, não devemos limitar nosso pensamento somente na preservação do socioambiental, mas também na preservação de culturas e a igualdade social. Ao promover mais diversidade na indústria da moda, trilhamos um caminho para a sustentabilidade.

Além das marcas incluírem modelos negras em suas campanhas, a indústria da moda precisa fazer muito mais. E nós como consumidores também devemos desempenhar nosso papel para contribuir nessa trajetória. Como? Ao promover e consumir de negócios criados por empreendedores negros, por exemplo tomamos um dos passos a fim de colaborar também com a luta antirracista.

Pensando nisso, separamos 4 marcas brasileiras (e incríveis) criadas por mulheres negras para você conhecer e apoiar:

Imagens: Munira Via Instagram

Acompanhe a marca nas redes sociais:

Imagens: Afro Beach Brasil Via Instagram

Acompanhe a marca nas redes sociais:

Imagens: Azulerde Via Instagram

Acompanhe a marca nas redes sociais:

Imagens: A-Aurora Via Instagram

Acompanhe a marca nas redes sociais:

A moda sustentável é uma pauta de interesse crescente e cada vez mais mulheres negras de toda parte do Brasil ganham voz e força no setor. Aproveita e conte aqui pra nós quais marcas lideradas por empreendedoras negras você conhece 🙂

3 Ebooks (gratuitos) sobre Moda Sustentável para ler agora!

Por: Barbara C. Brugnolli

Você já conhece a Afeto Escola? É uma plataforma online cuja missão é democratizar o ensino de moda sustentável no Brasil. Legal né? Mas e como isso é aplicado na prática?

A partir de seus canais digitais de comunicação como o Instagram, a Afeto Escola traz conteúdos riquíssimos e importantes para o público que deseja aprimorar seus conhecimentos e entender mais sobre Moda Sustentável e também realiza cursos onlines e mentorias com profissionais da área.  

Alguns especialistas que atuam na plataforma da Escola são:  

Marina de Luca, fundadora do site Moda Limpa, integrante do núcleo Fashion Revolution Brasil e consultora de marcas e pessoas com foco na moda de impacto positivo. 

André Carvalhal, professor das instituições ESPM, FGV e IED, além de autor dos livros bestsellers “A moda imita a vida – como construir uma marca de moda” e “Moda com propósito – manifesto pela grande virada” e ainda é Diretor co.criativo da AHLMA, marca de moda sustentável, do Grupo Reserva. 

No site da Escola, você pode conferir o calendário de cursos e seminários e ainda realizar o download de e-books gratuitos, escritos por especialistas no assunto.

Nós da Trend2Box buscamos promover uma prática mais sustentável através da moda e não poderíamos deixar de compartilhar com vocês alguns dos e-books que foram nossos preferidos:

Fonte: https://www.afetoescola.com.br/

Deixe aqui nos comentários qual desses e-books mais despertou seu interesse ou se você já leu algum e confira todos os materiais gratuitos oferecidos pela Afeto Escola clicando no botão abaixo: 

Como identificar uma marca sustentável e evitar o Green Marketing

Por: Barbara C. Brugnolli

Que a indústria têxtil é a segunda maior poluente do mundo, você com certeza já sabe. Mas você sabia que nós como consumidores somos responsáveis por isso também?

Nossos hábitos de consumo mostram às grandes corporações o que o mercado vende. Se a busca por itens mais baratos e a grande demanda de consumo só aumentar (lei da oferta e procura) infelizmente o planeta sofrerá consequências cada vez mais drásticas e irreversíveis.

E o que podemos fazer para mudar esse cenário?

A sustentabilidade vem cada vez mais sendo pautada não só em fóruns econômicos e políticos, mas na Moda também. Os millenials e as novas gerações já possuem um perfil com maior preocupação e responsabilidade ambiental/social.

O mercado second-hand está constantemente em expansão, e devido à pandemia causada pelo COVID-19, esse mercado triplicou. Grandes marcas estão investindo em alternativas sustentáveis em sua cadeia de produção. Devemos sim encontrar e reconhecer marcas de moda que são genuinamente sustentáveis, mas isso não vem sendo uma tarefa fácil, devido ao grande “Marketing Verde.”

Se você está se perguntando a definição desse termo, vamos ao exemplo:

Uma marca de fast-fashion conhecida por empregar trabalhadores em situações análogas à escravidão, além de toda sua cadeia produtiva gerar grande impacto no meio-ambiente, vender produtos com preços super elevados em relação ao custo de produção, lança uma coleção de peças sustentáveis. Sabendo dessas condições em sua cadeia de produção, faz sentido o marketing da marca promover a sustentabilidade? A empresa realmente está comprometida a adotar práticas que contribuem para a preservação ambiental ou visa apenas alcançar lucro?

Mike Schragger, Diretor e Fundador da Sustainable Fashion Academy (SFA) afirma:

“Para uma marca ser 100% sustentável é necessária a garantia de que seu modelo de negócios seja totalmente circular e renovável, que seus trabalhadores tenham condições de trabalho e salários justos.”

Partindo desse conceito, as marcas e empresas de moda precisam investir e analisar a sustentabilidade em toda sua cadeia produtiva.

E nós, como consumidores, devemos nos atentar e seguir os seguintes tópicos:

Fonte: vai-ko.com
Fonte: vai-ko.com

Agora que você já sabe mais sobre o necessário para que uma marca seja considerada ecológica, conte nos comentários se vocês conhecem alguma que pratica essa ação e vamos juntos construir uma moda mais sustentável!

4 dicas para tornar suas compras mais sustentáveis

Por: Barbara Brugnolli

Quando pensamos em adotar práticas mais sustentáveis, acabamos achando que é difícil, que os custos serão maiores e nossa rotina dificilmente se adaptaria. Mas estamos aqui para te provar o contrário!

Nós podemos mudar o mundo através das nossas ações, mesmo que sejam pequenas! Principalmente na moda, que sabemos que é a segunda indústria com maior impacto ambiental no planeta!

Segundo a Good on You, principal fonte mundial de classificações éticas de marcas: “Os tecidos mais sustentáveis são os que já existem. ”

Então que tal deixar pra lá aquele conceito super conservador de que roupas de brechós tem energias ruins e são todas velhas e antiquadas? Hoje com o crescimento da moda second-hand cada vez mais encontramos garimpos estilosos e em perfeito estado de conservação.

Seguindo esse contexto, separamos 4 dicas simples e infalíveis para te ajudar a tornar suas compras mais sustentáveis, confira:

4 Dicas para um Halloween mais sustentável

Por: Barbara Brugnolli

Outubro já chegou, e isso significa que o Halloween se aproxima! Nós amamos datas comemorativas em que podemos nos expressar através das roupas, maquiagens e acessórios e, o Halloween é perfeito para colocar em prática a criatividade na hora de se fantasiar. Pode ser assustadora, divertida, clássica ou algum dos seus personagens preferidos de filmes, séries e animações. Se tiver um toque fashion, melhor ainda.

Mas você já parou pra pensar na quantidade de lixo que é gerado somente com decorações e acessórios descartáveis? Em 2019, somente no Reino Unido foram geradas aproximadamente 2.000 toneladas de lixo plástico somente com itens relacionados a data comemorativa.

Uma investigação da Hubbub; Instituição de caridade ambiental, levantou dados sobre as roupas sazonais disponíveis em 19 supermercados e varejistas e o resultado foi de que 83% do material usado era plástico poluente à base de petróleo que acabaria em aterros.

Mas não se preocupe, isso não quer dizer que você não possa comemorar! Nosso TrendTeam separou 4 dicas super simples que vão ajudar você e sua família a curtirem o melhor do halloween, de forma mais sustentável, confira:

Consumo consciente, sustentabilidade, lixo zero…Afinal, por onde devemos começar?

Por: Julia Codogno

Se você está aí do outro lado, meio perdido…Sem saber ao certo como tudo isso acontece ou como você viveu tanto tempo sem nem pensar em qualquer uma dessas questões… Tá tudo bem! Vamos com calma, com um passo de cada vez. Sabemos que é estranho, que de repente parece que tudo surge de uma vez e que a gente nem sabe em que mundo estava até perceber que tudo isso existe e tem um impacto tão grande em nossas vidas. Mas a gente precisa entender algumas coisas antes de se pegar no desespero…rsrs. Primeiro que nossa forma de viver, de produzir, de consumir e de nos relacionarmos com o mundo foi construída de outras maneiras. Vivemos num mundo capitalista, com processos de produção altamente danosos ao meio ambiente e social, pautados no extrativismo, com praticamente nenhuma responsabilidade nos processos, nos descartes ou no simples depois.

Vivemos de maneira acelerada, constante e sem a responsabilidade do amanhã. Pautamos nossas escolhas no TER além do SER e vamos vivendo. Mas, se você está lendo esse post e já passou em consumir ou ver o mercado de pós consumo – como o universo mágico dos brechós, você também já está começando a questionar tudo isso e tentando entender como fazer para desconstruir um processo que parece tão intrínseco e difícil de se desvencilhar. Mas dá…aos poucos dá. Uma coisa é fato! Não existe milagre, não existe um portal de transformação ou a crença de que tudo vai acontecer de uma hora pra outra. É uma jornada de autoconhecimento, de descobertas, de mudanças, de reflexões e entendimentos. E é importante entender que para cada pessoa funciona de uma forma, faz sentido de maneiras diferentes.

Pra te ajudar, selecionamos alguns passos que costumam funcionar:

● Pesquisar o significado de cada uma dessas palavras ou termos. É bem verdade que esse parece ter virado o assunto da vez. Então entender a fundo o que cada coisa quer dizer, é muito importante. Busque informações complementares ao invés de seguir somente uma fonte sabe?!

● Comece a refletir sobre sua relação de consumo. As coisas que você compra fazem sentido? Você tem ideia de como, de quê ou de onde elas vieram? Se nesse processo todo, as formas de produção ou as matérias primas envolvidas podem afetar a saúde humana e do planeta?

● Escolha novas formas de consumir. Hoje temos muito mais acesso à novos formatos e possibilidades. Consumir em brechós pode ser um grande ato revolucionário. Assim, você tem a oportunidade de garantir maior tempo de vida à diversas peças que seguem em perfeitas condições de uso.

● Você sabe pra onde vai o seu lixo? Pode ser do bairro mesmo. Pensando em como tudo isso que você joga “fora” vai parar em algum lugar.

● Qual tem sido a sua contribuição no mundo? Será que você não pode fazer mais e melhor?

Acreditamos que a melhor maneira de começar é entendendo que tudo, absolutamente TUDO está interligado. Desde a camiseta de algodão, passando por diversas mãos pra ser produzida, os produtos do dia a dia, o meio de locomoção que você escolhe usar, a forma com que faz uso das coisas, a maneira com que descarta seu lixo…tudo isso tem um impacto. Busque informação. Leia, assista documentários, visite marcas que fazem trabalhos com propósito, procure entender mais sobre política, escolha melhor quem te representa, estude, não tenha preguiça, seja responsável por você e suas ações e entenda que você não vive sozinho. O que mais você faz? Deixe aqui nos comentários e siga @trend2box para acompanhar nossos compartlhamentos.

Fotos: Divulgação // @juliacodogno // mabellevitrine.com