Por: Julia Codogno
O mercado de pós consumo de moda pode ser uma forte potência para gerar novos negócios, impacto positivo e possibilitar a renda em momentos de crise. Nos últimos anos temos acompanhado uma crescente no surgimento de novas possibilidades para a comercialização de usados e o setor da moda ganha destaque entre os mais procurados.
Segundo alguns dados levantados pelo SEBRAE, entre 2010 e 2015, o número de brechós no Brasil aumentou aproximadamente 210%. Esse boom aconteceu juntamente com o crescimento do mercado de produtos de segunda mão, que entre 2013 e 2015, aumentou mais de 20%.
Os motivos podem ser os mais diversos, e fazem o mercado de pós consumo deslanchar e ganhar destaque em todo o Brasil.
Seja por uma grande onda de informações, relatando as problemáticas causadas pelo nosso consumo acelerado, seja pela busca de melhores oportunidades e valores, ou até mesmo pela procura por peças diferenciadas e que estejam na contramão do grande varejo (onde milhares de peças iguais são produzidas todos os dias) a verdade é que os Brechós estão se tornando referência quando buscamos uma nova peça de roupa.
Nunca antes questionamos tanto nossos hábitos de consumo. Pela primeira vez, estamos desafiando nossos métodos de produção e tendo acesso à números, relatórios e consequências dramáticas causadas por nossa forma de consumir.
Só para se ter uma ideia, chegamos à 2019 com os seguintes dados:
Produzimos cerca de 140 bilhões de novas peças por ano! São algo em torno de 4,4 mil peças por segundo! Também existem pesquisas que falam que utilizamos nossas roupas por cerca de 6 meses e depois as descartamos!
Segundo um relatório realizado pela empresa Global Data, em 2018 o mercado de pós consumo movimentou um valor estimado de US$24 bilhões no mundo todo. E as expectativas continuam otimistas! Espera-se que esse valor dobre, até 2023, chegando à US$51 bilhões.
Dentre os que mais compram produtos usados, estão os Millenials e a Geração Z – pessoas que tem entre 18 e 37 anos. O aumento de consumo de produtos de segunda mão para as duas gerações foi de: 37% e 46%, respectivamente e um levantamento realizado pela ThreadUp mostra que, em 2019, 1 em cada 3 jovens da Geração Z comprou algo do mercado de pós consumo.
Se você ainda acha que consumir em Brechós é coisa de gente sem poder aquisitivo ou somente comprar roupa de quem já morreu, está na hora de deixar o preconceito de lado e investir nesse novo modelo de negócio.
Já vemos também que brechós despontam entre os negócios que poderão de manter em tempos de pandemia. A oportunidade de gerar renda num momento difícil como esse.
Fonte: Global Data | Bain & Company | The Guardian | Fundação Ellen MacArthur | Sebrae Foto: Pexels